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LA ÚLTIMA

Quevedo

LA ÚLTIMA

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Una pintadera me protege de todos los males
A los dieciocho, me la puse y más nunca me la quité
Dios tenía planes pa' mí, sabía que sería grande
Yo siempre lo siento cerca, aunque nunca hable con Él

Cuando empecé en LPGC
Era imposible que la música te diera de comer
Pienso mientras entro a un estrella Michelin
El dinero me cambió, pero

A veces, no paro de llorar al recordar todas los noches que lloraba
Y al recordar por qué lloraba
Y escribía y grababa, todas las noches trasnochaba
Todo era tan puro que

Donde quería estar era donde estaba
Cuando no tenía nada
(Buenas noches, buenas noches, buenas noches)
Cuando ocio y negocio eran dos palabras separadas
Ya no soy capaz de volver pa' atrás'

Y tengo tanto dinero, no sé ni pa' qué lo quiero
Gastarlo todo, que quiero volver a verme en cero
Los primeros cheques, los primeros ceros, las primeras cueros
De mi generación, yo fui el primero

Ya ni duermo si no estoy en la isla
Estoy en Miami haciendo ceros y, cuando no, es haciendo un disco 'e crucero
Necesito perder to' pa' volver al punto cero
Y recordar lo que costó poder salir del agujero

La piel de gallina mientras grababa Piel de Cordero
Necesito enamorarme de to' esta mierda de nuevo
Y, sin necesidad, no puedo
Si no es por necesidad, yo no me muevo
Necesito ir a Los Brezos y ver mi ropa por el suelo

Verme a mí jugando a ser rapero y reggaetonero
Litronas de cenicero, la luz cortada y el casco de obrero
Ahora, todo lo que pasa, me lo espero
Y soy el mismo con treinta millones que con cero

Y no me sorprende, por eso me chapean
Porque no me importa que me vean vulnerable
No me importa nada lo que el resto hable
Entre más ruina tenga y me sienta más inestable

Más me siento intocable, yo nací bendecido
Quiero quedarme en cero, que con cero sigo siendo el elegido
Me siento fleeting, en la isla soy El Protegido
Dios me guía cada vez que yo estoy perdido

Y Gonza, te quiero, pero el Grammy ni lo quiero
Yo canto porque me duele no pa' que me den un premio
La fama y toda esa mierda, eso es algo pasajero
Esto es LPGC desde La Isleta hasta El Calero

Dando vueltas en el dos puertas, el alma hueca
Con las LV que no han salido, parecen feka
Recién llega'o de MEX, compa', la neta
Que ya no tengo metas, voy a vender mis letras

Llené todas las arenas, me compré diez cadenas
Pero ni los sold out ni el VVS en oro blanco me completan
Ni las alfombras rojas ni los trajes de etiqueta
No son capaces de mirarme de forma discreta

No ven que, del lado izquierdo, yo tengo una grieta
Todos están viendo que me duele, pero igual me aprietan
A mi casi nadie me quiere, quieren mi libreta
A mi casi nadie me quiere, quieren mi tarjeta

Um amuleto me protege de todos os males
Aos dezoito anos, o coloquei e numa mais o tirei
Deus tinha planos para mim, sabia que seria grande
Eu sempre o sinto perto, mesmo que nunca fale com Ele

Quando comecei em Las Palmas de Gran Canaria
Era impossível se sustentar por meio da música
Penso enquanto entro num restaurante com estrela Michelin
O dinheiro me mudou, mas

Às vezes, não consigo parar de chorar ao lembrar de todas as noites em que chorava
E ao lembrar por que chorava
E escrevia e gravava, virava todas as noites
Tudo era tão puro que

Onde eu queria estar era onde estava
Quando não tinha nada
(Boa noite, boa noite, boa noite)
Quando lazer e negócio eram duas palavras separadas
Não consigo mais voltar atrás

Tenho tanto dinheiro, nem sei para que o quero
Vou gastar tudo, quero me ver de novo sem nada
Os primeiros cheques, os primeiros zeros, as primeiras garotas
Da minha geração, eu fui o primeiro

Já nem durmo se não estou na ilha
Estou em Miami fazendo zeros e, quando não, estou fazendo um disco num cruzeiro
Preciso perder tudo para voltar ao ponto de partida
E lembrar o quanto custou sair do buraco

Arrepiado enquanto gravava Piel de Cordero
Preciso me apaixonar por toda essa merda de novo
Mas, sem necessidade, não consigo
Se não for por necessidade, eu não me mexo
Preciso ir ao hotel Los Brezos e ver minhas roupas pelo chão

Ver a mim mesmo brincando de ser rapper e reggaetoneiro
Garrafas de cerveja servindo de cinzeiro, a luz cortada e o capacete de pedreiro
Agora, tudo o que acontece, eu espero
Sou o mesmo com trinta milhões ou com zero

Não me surpreende, por isso me criticam
Porque não me importo de ser visto como vulnerável
Não me importo com o que os outros falam
Entre mais ruína esteja e me sinta mais instável

Mais me sinto intocável, eu nasci abençoado
Quero ficar no zero, porque com zero ainda sou o escolhido
Me sinto fugaz, na ilha sou O Protegido
Deus me guia sempre que estou perdido

E Gonza, te amo, mas não quero nem o Grammy
Eu canto porque dói, não para que me deem um prêmio
A fama e toda essa merda, isso é passageiro
Isso é Las Palmas, desde La Isleta até El Calero

Dando voltas num carro de duas portas, a alma vazia
Com as Louis Vuitton que não saíram, parecem falsas
Recém-chegado do México, cara, a verdade
É que não tenho mais metas, vou vender minhas letras

Lotei todas as arenas, comprei dez correntes
Mas nem os shows esgotados, nem os diamantes VVS em ouro branco me completam
Nem os tapetes vermelhos, nem os trajes de gala
Não conseguem me olhar discretamente

Não veem que, do lado esquerdo, tenho uma rachadura
Todos estão vendo que dói, mas mesmo assim me pressionam
Quase ninguém me ama, querem minha carteira
Quase ninguém me ama, querem meu cartão

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