Era um menino magricelo da canela fina Correndo atrás de bola o dia inteiro Na terra batida do terreiro de sua casa no interior De dia voava solto De noite era bença dos pais A cabeça no travesseiro O sonho primeiro do menino Era ser jogador, jogador Pulava cedo da cama E depois do café Caminhava a pé Na primeira escola De volta pra casa Sem tirar o uniforme Já estava com a bola, com a bola Num desses acidentes do destino O sonho ficou numa curva da estrada Escanteios, dribles e gols De repente eram nada, nada Foram tempos sombrios de prova e superação Sem saber se o amanhã viria ou não Mas a mão do criador é tão bondosa Que generoso é seu coração Uma tarde enviou um mensageiro Com uma sacola de versos e um violão Os sonhos renasceram e com eles emoções Escanteios, dribles e gols Viraram versos e canções É meu cumpadi Eu sempre digo A bola e a canção são Deusas Seduzindo seus amantes Duas cachaças embriagantes É, eu quero sim! Um copo cheio pra mim É, eu quero sim! Um copo cheio pra mim É, eu quero sim! Um copo cheio pra mim É, eu quero sim! Um copo cheio pra mim É, eu quero sim!